Quer ver como é o eléctrico barato da Seat em pormenor?
Os eléctricos não atraem mais clientes, entre outros motivos, porque são mais caros. Mas o Seat Mii que vem aí oferece uma autonomia interessante com um "preço-canhão". Veja aqui como tudo funciona.
É óptimo para a indústria automóvel que existam no mercado veículos eléctricos como os Tesla Model S e Porsche Taycan, que provam que os modelos alimentados exclusivamente a bateria podem ser rápidos e emocionantes. Porém, não vai ser apenas à custa deles que os fabricantes vão conseguir evitar as multas impostas por Bruxelas, por exceder as emissões de dióxido de carbono, ou se vai reduzir consideravelmente as emissões de poluentes como partículas e óxidos de azoto. É necessário democratizar a mobilidade eléctrica, propondo veículos a bateria mais baratos, aos preços dos pequenos utilitários a gasolina.
Neste capítulo, a Seat prepara-se para dar um contributo importante, transformando o seu pequeno Mii num carro eléctrico. E com trunfos em termos de autonomia (260 km) que o tornam mais versátil, ultrapassando concorrentes maiores e mais caros. Mas apesar de existirem vários modelos no mercado a energia eléctrica, com muito mais esperados para os próximos 12 meses, a realidade é que ainda há muitos que desconhecem os princípios básicos desta tecnologia, bem como tudo funciona. Daí que a Seat tenha preparado uma explicação simples para os detalhes que podem causar mais confusão sobre tudo funciona.
Tudo começa com electricidade
Um veículo eléctrico a bateria move-se por ter uma bateria, que armazena energia, a alimentar um motor eléctrico, com o Mii a utilizar um acumular com uma capacidade de total de 36,8 kWh, apesar de apenas 32,3 kWh serem úteis, folga que actua como margem de segurança. Para recarregar a bateria, o Seat pode receber energia de uma fonte de corrente alterna (AC), como a tomada lá de casa, ou através de um posto de carga dito “normal”, que pode ir de uma potência de 3,6 kW até aos mais modernos, com 22 kW.
Mas a bateria também pode ser recarregada com corrente contínua (DC), disponível através dos postos de carga “rápida”, cuja potência oscila hoje entre 50 kW e 270 kW (mais tarde poderão ascender a 350 kW). Quanto maior a potência mais depressa a bateria é recargada, ainda que a redução do tempo não seja proporcional.
A alta voltagem é segura?
Da tomada à bateria e desta ao motor, os veículos eléctricos lidam com quantidades absurdas de energia. Mas se as potências são elevadas, a quantidade de sistemas destinados a controlar o estado da ligação e a forma como o carregamento está a decorrer, são ainda maiores. Assim que se liga o ponto de carga ao carro, ambos fazem um diagnóstico sobre a qualidade da ligação, para depois continuarem a monitorizar em busca de sinais de aquecimento excessivo dos cabos ou das tomadas, interrompendo a carga à mínima suspeita que algo não está correcto.
O mesmo acontece nas ligações entre o carregador interno e a bateria e entre esta e o motor, pelo que tudo está sempre sobre controlo, com os circuitos a serem interrompidos caso algo corra mal. Daí que, apesar da alta voltagem a bordo, os riscos para a segurança não são superiores aos de um automóvel com motor a gasolina.
Para que serve o conversor de corrente?
As baterias têm apenas uma polaridade única, o que as impede de receber corrente alterna, uma vez que esta muda de polaridade 50 ou 60 vezes por segundo. Quando ligados a uma tomada AC, os veículos eléctricos recorrem a um conversor de corrente que possuem a bordo, para realizar a conversão.
Em termos práticos, quando ligado a um ponto de carga em DC a energia vai directamente para a bateria, passando pelo conversor se a fonte for AC.
O coração do sistema
O principal elemento diferenciador de um veículo eléctrico é a sua bateria e todo o restante equipamento que a rodeia. É ela que determina a autonomia do modelo e o tempo que leva a recarregar, sendo que todas são alimentadas durante as travagens ou desacelerações.
Este sistema é apelidado de travagem regenerativa e oferece duas vantagens. A primeira tem a ver com o incremento da autonomia, com a segunda a dizer respeito aos travões, pois em cerca de 80% das travagens, é o motor eléctrico que assegura o serviço, com os travões mecânicos, em que as pastilhas “apertam” os discos para transformar energias cinética em calor, a funcionar apenas nas travagens mais violentas.
A bateria do Seat Mii Electric garante-lhe 260 km segundo a norma WLTP, numa circulação mista, valor que sobe para 360 km caso o Mii electric se movimente apenas em cidade, onde o número de ciclos aceleração/travagem é mais numeroso, gerando mais energia.
Como se move?
Segundo a Seat, o motor do Mii electric converte energia trifásica em potência. E o motor eléctrico, ao perder muito menos energia em forma de calor, torna-se muito mais eficiente do que os motores convencionais a combustíveis sólidos.
Para mover o pequeno Seat, o modelo conta com um motor de 83 cv, capaz de o levar de 0 a 50 km/h em 3,9 segundos. Mas o motor eléctrico fornece ainda 212 Nm de força, o que coloca esta unidade ao mesmo nível de um motor a gasolina atmosférico com dois litros de cilindrada.
Fonte: Observador