ACEA revela as dimensões dos estragos na indústria automóvel
A Covid-19 está a dizimar seres humanos a um ritmo assustador, mas os danos que provoca na indústria automóvel também são impressionantes. A associação do sector mostra tudo de forma interactiva.
Ainda não há mortos nem feridos, mas a associação automóvel dos fabricantes europeus (ACEA) prevê um verdadeiro cataclismo na indústria automóvel. E para provar que está a falar a sério, publicou um mapa em que, de forma interactiva, é possível ver os danos em cada país em termos de perda de produção.
Ora, a uma quebra forte na produção – a menos que seja ocasional – sucede-se, mais cedo ou mais tarde, uma redução da força de trabalho, seja ela parcial, temporária ou definitiva. E, a avaliar pelo mapa da ACEA, vêm aí muitas más notícias para os fabricantes, em termos de resultados financeiros, e para os trabalhadores, em forma de desemprego.
Para Portugal, a associação prevê que vá existir uma quebra na produção de veículos de 18.117 unidades (veja aqui). O valor sobe para 237.806 se considerarmos Espanha, com a parte de leão a caber à Alemanha, onde vão ser construídos menos 359.287 veículos do que o estimado inicialmente. E esta redução só irá aumentar, pois a maioria dos construtores, apesar de terem determinado o encerramento da maioria das fábricas europeias durante cerca de 15 dias, prevêem que o prazo venha a ser alargado.
Num segundo mapa, a ACEA permite acompanhar os prejuízos para cada país, estimando o número de trabalhadores afectados, a diminuição da produção de veículos e o número de dias estimado para a paragem das linhas de fabricação. Para Portugal, por exemplo, são 7171 o número de funcionários envolvidos, 18.117 os veículos em falta, com a paragem a estar estimada em 18 dias, pelo menos para já.
Os espanhóis estão perante uma crise que envolve 60.000 trabalhadores, 237.806 carros e 19 dias de quebra de produção. A Alemanha surge, mais uma vez, como o país mais prejudicado, com 568.518 postos de trabalho afectados, 359.287 unidades e 18 dias de trabalho.
Fonte: Observador