Carlos Ghosn viajou de comboio antes de fugir do Japão
Antes de apanhar um avião privado para sair do Japão, o gestor viajou de comboio entre as cidades do Tóquio e de Osaka.
Durante alguns anos liderou a maior aliança do mundo automóvel, a Renault-Nissan-Mitsubishi, mas tudo mudou quando Carlos Ghosn foi acusado de evasão fiscal no Japão e colocado em prisão domiciliária.
A poucos meses do início do julgamento, o ex-presidente da união automóvel protagonizou uma fuga secreta do Japão para o Líbano no último dia de 2019. Recorde-se que o gestor tem três nacionalidades: brasileira, libanesa e francesa, e terá usado um passaporte francês para sair do país e entrar depois na Turquia, primeira paragem, e no Líbano, destino final.
O gestor da indústria automóvel deverá ter saído do Japão com um documento de identidade falso, tendo entrado com essa mesma identidade em Beirute através de um avião particular. No entanto, segundo o canal de notícias alemão NTV, avança que este utilizou os transportes públicos para ir de Tóquio para Osaka.
De acordo com a investigação, o ex-chefe do grupo Renault-Nissan apanhou o comboio às 16:30 horas no dia 29 de dezembro, na estação de Shinagawa em Tóquio, deslocando-se posteriormente de táxi da estação de Shin-Osaka, para um hotel perto do aeroporto Kansai, voando mais tarde para a capital do Líbano.
De relembrar que Ghosn foi preso a 19 de novembro de 2018, sendo acusado de diversos crimes financeiros. O julgamento tinha início previsto para este ano e o antigo homem-forte da Renault e da Nissan estava em prisão domiciliária há alguns meses.
Sabe-se que Ghosn viajou de Istambul para Beirute, uma vez que a capital do Líbano não tem acordo de extradição com o Japão e por o ex-presidente executivo do gigante automóvel ter cidadania libanesa. Estima-se que Carlos Ghosn realize uma conferência de imprensa esta quarta-feira, 8 de janeiro, para explicar a sua versão dos eventos.
Fonte: Jornal Económico