Confirmado. Suzuki Jimny diz adeus à Europa, mas regressará… como um comercial
A guerra às emissões de CO2 faz mais uma vítima, o pequeno, mas genuíno todo o terreno Suzuki Jimny. Mas não é um adeus definitivo.
A notícia de que o Suzuki Jimny deixaria de ser comercializado na Europa em 2020, foi avançada originalmente pela Autocar India, curiosamente, um dos mercados onde o pequeno todo o terreno não está presente.
A razão por detrás desta decisão? As emissões de CO2. Já aqui falámos nas temidas 95 g/km, a média de emissões de CO2 que a indústria automóvel tem de atingir na Europa até 2021. Mas já em 2020, 95% do total das vendas de um construtor ou grupo têm de atingir esse patamar — fica a saber tudo sobre a meta das 95 g/km.
E é aqui que começam os problemas para o Suzuki Jimny na Europa. Apesar de ser um dos modelos mais compactos que a marca japonesa que vende na Europa, está equipado com um dos seus maiores motores, um quatro cilindros em linha, com 1500 cm3, atmosférico, com 102 cv e 130 Nm.
Junte-se o conjunto de características específicas do Jimny para a prática de todo o terreno, área onde brilha, mais a sua performance aerodinâmica e não há milagres.
Os consumos e, consequentemente, as emissões de CO2 (WLTP) são elevados: aos 7,9 l/100 km (caixa manual) e 8,8 l/100 km (caixa automática), correspondem emissões de CO2 de, respetivamente, 178 g/km e 198 g/km. Compare-se com o mais potente 1.4 Boosterjet de 140 cv do Swift Sport, que emite “apenas” 135 g/km.
A Razão Automóvel questionou a Suzuki em Portugal, para confirmar a notícia avançada pela Autocar India, e a resposta é afirmativa: o Suzuki Jimny verá a sua comercialização interrompida durante este ano. A marca, no entanto, ressalva que ainda estão “versões atuais do Jimny em comercialização (que) vão ser distribuídas até meados do segundo trimestre”.
É o adeus definitivo do Jimny à Europa?
Não, é mesmo um “até já”. O Suzuki Jimny regressará à Europa no último trimestre do ano, mas como… veículo comercial, como nos foi confirmado pela marca. Ou seja, as versões atuais serão substituídas por uma nova, com apenas dois lugares.
Os veículos comerciais não estão imunes à redução de emissões, mas o valor que têm de atingir é distinto: até 2021, as emissões médias de CO2têm de ser 147 g/km. Fica mais fácil ao Suzuki Jimny assim regressar no final do ano à Europa e retomar a sua comercialização.
E a versão de quatro lugares… Voltará?
Por enquanto não nos é possível confirmar, mas a Autocar India refere que sim, o Jimny “de passageiros” regressará numa fase posterior à Europa. Provavelmente com outra motorização, mais contida em emissões, ou uma evolução — quem sabe, eletrificada, com um sistema mild-hybrid — do 1.5 atual.
Por falar em mild-hybrid, a Suzuki prepara para breve o lançamento de mais versões mild-hybrid dos seus modelos, agora com sistemas de 48 V. Estes serão emparelhados com o K14D, o motor 1.4 Boosterjet que equipa o Swift Sport, o Vitara e o S-Cross, prometendo uma redução das emissões de CO2 em cerca de 20%.
Poderá ser este motor encontrar lugar por baixo do capot do Jimny?
Um sucesso, mas difícil de ver
Um fenómeno, é o que podemos acusar de o Suzuki Jimny ser. Nem a própria marca estava preparada para o interesse gerado pelo seu pequeno todo o terreno. A procura foi de tal ordem, que chegou a gerar listas de espera de um ano em alguns mercados — nem é preciso esperar tanto tempo por alguns superdesportivos.
Apesar do sucesso, é difícil ver um Jimny na rua: em 2019 foram vendidos apenas 58 unidades em Portugal. Não é por falta de interesse ou procura; simplesmente não existem unidades disponíveis para venda. A fábrica onde é produzido não tem capacidade para tanta procura e a Suzuki tem priorizado, naturalmente, o mercado doméstico.
Ao que tudo indica, e ainda carece de confirmação, para satisfazer a procura, a Suzuki prepara-se para produzir o Jimny na Índia.
Fonte: Razão Automóvel