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Coronavírus e Boeing 737 MAX penalizam Solvay. Grupo corta 500 empregos

Além de um prevísivel recuo nos resultados do primeiro trimestre, o grupo químico e farmacêutico belga anunciou um novo plano de reestruturação que vai atingir 500 empregos a nível mundial. Há dois anos, a empresa despediu 500 funcionários, 90 dos quais em Portuga

O grupo químico belga Solvay alertou esta quarta-feira que as incertezas relacionadas com a epidemia de coronavírus, a interrupção da produção do Boeing 737 MAX e o difícil contexto económico pesariam sobre seus resultados. O grupo anunciou o corte líquido de 350 postos de trabalho e aumentou de 300 para 350 milhões de euros os seus objetivos de corte nas despesas, avançam a Reuters e a France Presse.

Para o conjunto do ano de 2020, o grupo químico belga adiantou esta quarta-feira que os resultado operacionais antes de juros, impostos, depreciações deverá manter-se estável ou sofrer um um ligeiro recuo num intervalo entre 0% e -3%, segundo a Reuters. Porém, as previsões são mais pessimistas nos resultados previstos para o primeiro trimestre.

A pesar no pessimismo estão os efeitos da epidemia de Covid 19, surgida em dezembro, cujos “reflexos ainda são incertos”, mas que deverão ter “um impacto negativo da ordem dos 25 milhões de euros no primeiro trimestre”, avança a Reuters. Recorde-se que o grupo tem presença nos mercados asiáticos.

Outro fator a pesar pela negativa é a suspensão da produção do Boeig 737 MAX, na sequência de dois desastres aéreos em outubro de 2018 e março de 2019. A empresa fornece materiais compósitos ao construtor norte-americano, prevendo agora prejuízos de 30 a 40 milhões de euros, devido à redução da carteira de encomendas. Apesar da melhoria esperada em setores como o automóvel e eletrónica, a Solvay considera que as “as condições de mercado no setor do petróleo e gás devem manter-se muito desfavoráveis”.

CORTAR EMPREGOS PARA GANHAR COMPETITIVIDADE

A empresa anunciou também a supressão de 500 postos de trabalho a nível mundial até ao final de 2021, criando porém 150 novos empregos. Segundo a France Presse, a Solvay vai cortar 500 empregos “sobretudo em postos de administração”, mas vai criar 150 novos empregos no setor de materiais avançados, que fornece sobretudo compósitos para a indústria aeronáutica.

Questionada durante uma teleconferência sobre a natureza dos posto de trabalho e que países serão atingidos pela reestruturação, a presidente do grupo Ilham Kadri, disse que “ começámos hoje a conversar com os parceiros sociais, daremos tempo ao diálogo social”. “Nunca é fácil, mas é necessário para a competitividade da empresa”, acrescentou Kadri, citada pela mesma fonte.

O Expresso contactou a filial portuguesa da Solvay para saber se a reestruturação atinge Portugal e continua a aguardar resposta. Em março de 2018, a empresa já tinha anunciado o despedimento de 500 trabalhadores, noventa dos quais em Portugal.

Fonte: Expresso

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