Covid-19: Crise na indústria da aeronáutica leva a cortes na produção
A General Electric (GE) anunciou na passada segunda-feira que vai cortar mais de 10.000 empregos no seu sector de aviação, em consequência da pandemia do coronavírus que está a dizimar a indústria da aviação que se tem visto obrigada a cancelar encomendas.
Os cortes serão realizados através de saídas voluntárias e despedimentos e seguem-se a um corte inicial de 2.600 empregos realizado em Março. A empresa pretende reduzir a força de trabalho no seu sector da aviação em 25%, ou seja, cerca de 13.000 empregados. O programa de austeridade vai afectar a empresa globalmente, e é «um reflexo dos tempos difíceis que o sector da aviação está a atravessar».
As notícias na indústria da aviação não são animadoras. Também a Boeing já tinha anunciado na semana passada que ia cortar 16.000 empregos, cerca de 10% da sua força de trabalho na área da aviação civil. Para além disso, a empresa reduziu fortemente a produção dos seus aviões de longo alcance 787 e o 777/777X e ainda não adiantou qualquer data para recomeçar a produzir o 737 MAX, cuja produção está suspensa devido a problemas de segurança.
Por sua vez na Airbus a situação não é melhor. No final de Abril o CEO da empresa Guillaume Faury, avisou a força de trabalho que poderia haver novos cortes de produção por causa da pandemia, isto depois de no principio de Abril ter anunciado um corte na produção de um terço. Numa carta aos funcionários este disse que os cortes se iriam manter por dois a três meses até serem reavaliados.
A GE é directamente afectada por estas notícias, pois produz motores tanto para a Boeing como para a Airbus. Numa carta aos funcionários, a GE avisou que o tráfego aéreo global iria ter uma quebra de 80% no segundo trimestre. «Para proteger a empresa, respondemos com medidas difíceis ao nível da redução de custos nos últimos dois meses,” afirmou David Joyce, CEO da empresa.
Estes cortes ao nível do emprego, fazem parte de um plano de redução de custos de três mil milhões de dólares que a empresa vai implementar este ano. A empresa suspendeu ainda as contratações e o pagamento de bónus, para além de ter colocado em lay-off metade dos funcionários responsáveis pela manutenção, durante um período de três meses.
A GE que fabrica motores de avião numa joint venture com a empresa francesa Safran, detendo cada empresa 50% da CFM, viu os resultados caírem 8% para 20.52 mil milhões de dólares no primeiro trimestre de 2020. A facturação da divisão aeronáutica caiu 13% para 6.9 mil milhões de dólares, enquanto as encomendas caiam 14%.
Fonte: Logística Moderna