Elétricos. CEO da Volkswagen em “corrida aberta” contra a Tesla
"É uma corrida aberta", segundo Herbert Diess, CEO do Grupo Volkswagen. O objetivo é claro: ultrapassar a Tesla nos automóveis elétricos.
Diga-se o que disser, em automóveis elétricos o alvo a bater continua a ser a Tesla, que tem crescido de ano para ano em volume… e valorização. A sua capitalização em bolsa ultrapassou recentemente os 100 mil milhões de dólares, mais do que até o Grupo Volkswagen, muito maior em dimensão — aproximadamente 370 mil veículos por ano contra mais de 10 milhões.
No entanto, os resultados operacionais são claros. Mesmo considerando o Dieselgate e, consequentemente, o massivo investimento em mobilidade elétrica, o grupo alemão apresenta lucros, a Tesla não — desde a sua fundação (2003) nunca teve um ano positivo.
Mesmo assim, a pequena dimensão da Tesla e os prejuízos recorrentes não tem sido impedimento para ser ela a marcar o ritmo em automóveis elétricos, uma situação que Herbert Diess, CEO do Grupo Volkswagen, quer reverter:
“Estamos bastante otimistas que ainda conseguimos manter o ritmo com a Tesla e também provavelmente ultrapassá-la numa outra fase.”
A Tesla está um patamar acima em tecnologia elétrica e software, mas o Grupo Volkswagen não quer ficar para trás. Têm sido várias as empresas de software que tem adquirido, e o volume dos investimentos em veículos sustentáveis, baterias e digitalização tem sido simplesmente massivo: para os próximos cinco anos serão investidos aproximadamente mais 60 mil milhões de euros.
Não é só uma questão de fundos; Herbert Diess tem pressionado os seus gestores de topo para concentrar esforços na transformação deste gigante grupo numa entidade mais ágil, para não correr o risco de ser empurrada para o lado:
“A empresa que se adapta mais rapidamente e é a mais inovadora, mas que também tem escala suficiente neste novo mundo, vencerá esta corrida”.
Será suficiente?
A Tesla tem-se destacado pelo seu fator de disrupção, aparentemente sem receio e sem perder muito tempo a tomar decisões muito arriscadas. Uma das vantagens em se ser pequeno, ao contrário do Grupo Volkswagen, um grupo automóvel de grandes dimensões.
O Volkswagen ID.3 inicia este ano a sua comercialização, o primeiro elétrico de nova geração da marca alemã, e também o primeiro assente sobre a sua plataforma dedicada para veículos elétricos (MEB) que dará origem a dezenas de modelos, contando com as restantes marcas do grupo e até marcas concorrentes, como a Ford.
A Volkswagen é a marca (e grupo) líder do mercado europeu, pelo que do desempenho do ID.3 confirmar-se-ão, ou não, muitas das expetativas sobre o futuro a curto/médio prazo dos automóveis elétricos no “Velho Continente”. Como Herbert Diess refere:
“2020 será um ano muito difícil para a indústria automóvel. Mas estamos a fazer as coisas certas para sermos competitivos.”