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“Ensinar medicina a um robot.” Projeto português entre cinco finalistas mundiais

Tratar varizes e outras doenças venosas. Há um robot que usa o seu braço com "rigor" para, com o laser, eliminar este tipo de problemas. O processo de aprendizagem tem sido promissor.

É um dos cinco finalistas de uma das mais importantes competições de robótica médica. Chama-se Laser Navi, e é o robot desenvolvido em Portugal por um consórcio que integra a Universidade do Minho, uma empresa na área da robótica, e o Instituto Politécnico do Vale do Ave e do Cávado.

O robot, explica o coordenador do projeto, o cirurgião António Lúcio Baptista, permite tratar com laser doenças venosas. “Estamos a falar de veias conhecidas como derrames, pequenas varizes dos membros inferiores, mas pode ser em qualquer parte do corpo.”

“Este aparelho de laser é conectado a um braço robótico. Esse braço robótico, que algumas pessoas já viram na indústria automóvel. É um braço que pega na peça de laser, ou seja, substitui o médico ou outro profissional nessa função de disparar o laser sobre a pele”, prossegue o cirurgião, em declarações à TSF.

António Lúcio Baptista esclarece ainda que é o próprio robot que “conduz, e tem uma espécie de consola, um touch screen, com o aspeto de um joycestick, que permite ver num ecrã, em realidade aumentada, as veias que nós definimos como sendo as veias a tratar”.

O robot resulta da conjugação de várias tecnologias: laser, robótica e até inteligência artificial. Por ter inteligência artificial incorporada, “ele vai aprendendo e distinguindo as zonas a tratar das zonas a não tratar”.

“Neste momento, estou quase a ensinar medicina a um robot”, considera o coordenador do projeto, que caracteriza este robot como “bastante rigoroso no processo de aprendizagem progressiva”.

Esse rigor permite, portanto, “poupar tempo e diminuir as possibilidades de erro médico, gravar e analisar resultados”; enfim, “uma série de capacidades, que vão aumentando à medida que ele vai sendo ensinado”, elenca António Lúcio Baptista.

O robot será mostrado a partir de segunda-feira na principal feira de dispositivos médicos: a MEDICA de Dusseldof. Já o vencedor é conhecido na quarta-feira, mas, para António Lúcio Baptista, esta seleção já foi uma vitória: “A Kuka é talvez a maior empresa do mundo de robótica, e lançou um concurso especificamente na área da saúde e com robots colaborativos. Concorremos e ficámos entre os cinco finalistas a nível mundial.”

Fonte: TSF

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