Eventual fábrica de 4×4 em Estarreja mostra que Portugal é visto como “país produtor automóvel”
A eventual instalação de uma fábrica de veículos todo-o-terreno 4×4 pela britânica Ineos em Estarreja é “um sinal de que Portugal é visto como um país produtor automóvel com boas condições e bons recursos humanos”, diz o secretário-geral da associação de fabricantes de componentes.
A possível instalação de uma fábrica de veículos todo-o-terreno 4×4 da britânica Ineos Automative em Estarreja, noticiada esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias, é saudada pela AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Ao Negócios, o secretário-geral da associação defende que “é um sinal de que Portugal é cada vez mais visto como um país produtor automóvel e que possui bons técnicos e boas empresas no setor”.
Adão Ferreira ressalva que ainda “é prematuro dar o investimento da Ineos como adquirido”, mas manifesta a satisfação da AFIA com a possibilidade de o país passar a contar com mais uma fábrica de veículos.
Já quanto ao impacto que a nova unidade poderá vir a ter para o setor, o responsável considera ser “ainda muito prematuro fazer estimativas”. Até porque, salienta, “será preciso ver qual o grau de incorporação de componentes nacionais nos veículos”.
E cita o exemplo da Toyota Caetano, em Ovar, que produz veículos todo-o-terreno mas quase sem incorporação de elementos produzidos em Portugal. “A fábrica recebe as peças do Japão, faz a montagem e depois envia os veículos terminados para a África do Sul”. “Pelo que sei, até ao momento, esta eventual nova fábrica será diferente”, acrescenta.
No comunicado, a AFIA refere que promoveu reuniões entre empresas nacionais e o grupo inglês liderado pelo milionário Jim Ratcliffe (na foto).
“Estas reuniões realizaram-se no ano passado e no início deste ano”, precisa Adão Ferreira, frisando que a AFIA não participou nesses encontros. “As empresas é que reuniram com o grupo inglês”, diz.
Mas, a existência destes contactos “deixa antever que o projeto irá incorporar alguns componentes produzidos em Portugal”, admite.
Fonte: Jornal de Negócios