Impacto representa “prejuízo enorme” para fornecedores do setor automóvel
O presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) afirmou hoje à Lusa que o impacto do Covid-19 representa um “prejuízo enorme” para o setor, o que implicará medidas extraordinárias como a paragem de fábricas.
A Autoeuropa (grupo Volkswagen) anunciou hoje que vai suspender todos os turnos de produção de automóveis na fábrica de Palmela até ao dia 29 de março, com efeito imediato, depois de na segunda-feira o grupo francês PSA ter decidido fechar a unidade de Mangualde a partir de quarta-feira, na sequência da decisão de encerrar todas as suas fábricas na Europa face ao surto de Covid-19.
Em termos nacionais, para “os pequenos fornecedores, as pequenas e médias empresas [PME] que estão na cadeia, isto tem um prejuízo enorme”, afirmou José Couto, quando instado a comentar a situação do setor automóvel.
Com os centros construtores e fornecedores de primeira a linha a anunciarem a suspensão da atividade na Europa, tendo em vista mitigar a propagação da pandemia do Covid-19, “quem está nesta cadeia de produção, como são os fornecedores de componentes nacionais, vai ter um impacto verdadeiramente significativo, sobretudo porque as cadeias de logística já estão hoje diminuídas na sua atividade”, acrescentou o presidente da AFIA.
“Vamos ter que tomar medidas extraordinárias como parar também as fábricas, negociar com os trabalhadores e chegar a pontos de convergência no sentido de antecipar férias”, disse José Couto.
“Temos de tomar medidas extraordinárias para mantermos a capacidade e produção futura”, sublinhou o presidente da associação.
José Couto destacou duas “questões importantes”, a primeira é a da pandemia do Covid-19, a segunda é que as vendas de automóveis têm baixado, “provavelmente mais do que em 2008, o que significa que o arranque será muito mais lento do que foi em 2007, 2008 e nos anos a seguir”. O setor que a AFIA representa conta com 58 mil trabalhadores.
Fonte: Dinheiro Vivo