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Metalurgia tem o segundo recorde consecutivo na exportação

"Aumento galopante" dos custos de energia pode colocar algumas boas empresas em "situação muito difícil" no segundo semestre, alerta a associação sectorial AIMMAP

Em junho, as empresas metalúrgicas “voltaram a registar um valor de exportações muito acima daquilo que é habitual, obtendo, pelo segundo mês consecutivo, o seu melhor resultado de sempre”, informa a associação sectorial AIMMAP em estado de alerta quanto ao impacto da subida dos custos de energia na indústria, como indica em comunicado divulgado esta terça-feira.

De acordo com os números das exportações, o metal português vendeu no exterior 2.150 milhões de euros em junho, o que se traduz num crescimento de 40,5% face ao mesmo mês de 2021.

“É o melhor resultado mensal de sempre, ultrapassando ligeiramente a cifra registada em maio passado, e colocando o resultado acumulado do primeiro semestre nos 11.518 milhões de euros, o que representa um crescimento de 13.8% face ao período homólogo”, sublinha o comunicado.

A subida é especialmente acentuada nas vendas para países da União Europeia (+ 17.4%), com Espanha, França e Alemanha a crescerem 10,9%, 11,2% e 27%, respetivamente. Com menos peso entre os clientes nacionais, Suécia e os Países Baixos continuam a ter, também, crescimentos significativos, de 34.6% e 31.7%.

No que se refere às vendas para fora da União Europeia, o crescimento foi de 2.8% face ao mesmo período.

Nos Estados Unidos da América, “onde a AIMMAP e as suas empresas estão a investir de uma maneira mais premente”, o salto foi de 79%.

“Estes resultados muito positivos devem-se a uma aposta que a AIMMAP tem realizado com o desenvolvimento de ações de internacionalização com impacto crescente precisamente nos seis mercados acima referidos (Espanha, França, Alemanha, Suécia, Países Baixos e Estados Unidos da América)”, refere a associação.

No entanto, apesar do desempenho exportador, “a refletir a resiliência do sector”, o vice-presidente executivo da AIMMAP, Rafael Campos Pereira, alerta que as empresas metalúrgicas enfrentam, há mais de um ano, “um contexto muito adverso com a escalada dos custos de energia, com particular intensidade a partir do mês de junho deste ano, a ameaçar comprometer a evolução das exportações nos próximos meses”.

“O mecanismo de compensação dos custos de energia não é suficiente, por si só, para que as empresas possam acomodar os aumentos brutais a que estão sujeitas”, diz o dirigente associativo, admitindo que face a “este aumento galopante dos custos de energia é provável que algumas boas empresas com consumos de energia mais elevados possam entrar numa situação muito difícil durante este segundo semestre de 2022.”

Fonte: Expresso

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