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NERSANT atribui Medalha de Ouro a Jorge Rosa pelo trabalho na liderança na fábrica da Mitsubishi em Tramagal

A vida profissional de Jorge Rosa, engenheiro de Qualidade que entrou na Metalúrgica Duarte Ferreira em 1980, mistura-se e confunde-se com a Mitsubishi, ex-Tramagauto e atual Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE).

Jorge Rosa deixou o cargo de presidente e CEO da MFTE no final de 2021, função que desempenhava desde 2005. Foi o final de um ciclo que, soube-se esta terça-feira, dia 13 de dezembro, foi preparado pelo próprio CEO da fábrica por forma a fechar um ciclo de liderança nesta unidade.

Foi precisamente esta terça-feira, 13 de dezembro, que a Nersant organizou um jantar de homenagem a Jorge Rosa que durante 16 anos esteve como presidente e CEO da Mitsubishi Fuso Truck Europe e que desempenha desde 2017 o papel de presidente do Conselho Geral da associação empresarial do distrito de Santarém.

Jorge Rosa foi agraciado com a Medalha de Ouro da NERSANT, a mais alta distinção da associação, que a recebeu das mãos da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, do Presidente da Câmara Municipal de Abrantes e representante da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Manuel Valamatos, do Presidente da AIP, José Eduardo Carvalho e do Presidente da Direção da NERSANT, Domingos Chambel.

Na plateia estavam diversas personalidades ilustres, tais como Nuno Mangas, Presidente do Compete, Maria Salomé Rafael, Administradora da Escola Profissional de Salvaterra de Magos, do Vale do Tejo, de Coruche e Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, associados NERSANT, outras individualidades e entidades da região.

Comecemos pelo fim. Jorge Rosa, após receber a medalha de ouro subiu ao púlpito para o agradecimento, lembrando o início conturbado da sua passagem pela Metalúrgica Duarte Ferreira e do tempo de crise económica e de “fome” no Tramagal por via de um desmembramento da Metalúrgica. E foi na sequência do desmembramento da MDF, que chegou a ter 2 mil empregados, que nasceram três empresas nos três ramos da gigante. Uma no setor metalúrgico, outra no metalomecânico e outro no setor automóvel. Jorge Rosa ficou a gerir esta última e face a um cenário que poderia ser dramático, com o fim da produção da Berliet, foi à procura de soluções.

Numa primeira fase com o importador da Mitsubishi em Portugal, depois na Mitsubishi Europa até à integração na casa-mãe. E, mais recentemente, com a integração no grupo alemão Daimler. De uma faturação de 4 milhões de euros a empresa do Tramagal passou a faturar mais de 200 milhões, atingiu este ano a neutralidade carbónica e já produz um modelo Canter cem por cento elétrico.

“Sinto-me orgulhoso? Sim. É um trabalho só meu? Não. É de muitas pessoas.” E depois até brincou com a sua longevidade à frente da fábrica: “por mim passaram vários presidentes de Câmara (de Abrantes), três imperadores (do Japão) e cinco Presidentes da República (de Portugal).

Há quase um ano afastado fisicamente garante, sem problema, que não se afasta mentalmente de uma longa vida a caminho da MFTE. E espera vir a colher algumas uvas dos bacelos plantados à entrada da empresa.

Domingos Chambel, atual presidente da direção da Nersant, traçou aos convidados a fita do tempo de Jorge Rosa no Tramagal.

Jorge Rosa iniciou a sua carreira na empresa em 1980, no departamento de Qualidade na fábrica do Tramagal, da antiga Metalúrgica Duarte Ferreira (MDF), tendo exercido várias funções em diferentes setores da empresa, chegando à presidência em 2005, na atual Mitsubishi Fuso Truck Europe, S.A. O empresário e gestor, que esteve sempre dedicado ao desenvolvimento e crescimento, em organizações regionais e nacionais, integra ainda a presidência da Mobinov, a vice-presidência da ACAP, sendo ainda mobilizador do CR INOVE. Em 2017, assumiu o cargo de presidente do Conselho Geral da NERSANT, cargo que exerce até aos dias de hoje.

“Sendo a NERSANT a maior associação regional, focada no crescimento empresarial e no desenvolvimento da região, não poderia deixar de reconhecer o mérito deste empresário e gestor que tanto deu à nossa região e tanto contribuiu para o desenvolvimento regional”, referiu o presidente da direção da NERSANT, no discurso de homenagem proferido durante o jantar.

E aos jornalistas Domingos Chambel explicou que esta homenagem é a primeira de uma série que a associação que lidera está a preparar por forma a distinguir as personalidades que têm contribuído para a criação de riqueza e para o combate à desertificação desta região do país.

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, também agradeceu a vida dedicada à empresa e, ao fim e ao cabo, ao concelho de Abrantes. O autarca vincou como fundamental na ligação da fábrica ao grupo Daimler. “Até à neutralidade carbónica, conseguida há pouco tempo, Jorge Rosa desempenhou muitos cargos e em muitas funções. É o justo momento de homenagem ao engenheiro Jorge Rosa” sublinhou Manuel Jorge Valamatos.

O presidente da Câmara de Abrantes ofereceu ao homenageado uma serigrafia da pintora Maria Lucília Moita.

Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, foi convidada para a homenagem tendo começado por referir: “sinto-me em representação não do governo ou da minha área de agricultura, mas por ter sido presidente de câmara e vereadora e por saberem pela amizade que nutro pelo engenheiro Jorge Rosa.”

A governante não quis repetir qualidades do gestor ou até o seu percurso de vida. Antes quis partilhar a vivência enquanto autarca.

E começou por referir que ainda era vereadora e teve um desafio que era comprar o terreno ao lado da fábrica para permitir o desenvolvimento, na altura, o projeto do híbrido da Canter.

Depois, salientou, vieram os momentos muito difíceis na crise 2009/2011. E destacou que o diretor da fábrica do Tramagal “podia ter despedido pessoas, mas não o fez, optou por outras soluções.”

E lembrou ainda outro episódio. “Um dia [Jorge Rosa] entrou-me pela pelo meu gabinete dentro e diz que precisa da minha ajuda. Disse-me que tinha de convencer os alemães [da Daimler] que este investimento [na fábrica] tinha de ser feito no Tramagal. Mas sem ponte sobre o Tejo e com uma Estrada Nacional 118 cheia de curvas era complicado. E ainda por cima o acesso à fábrica era uma estrada esburacada.” Disse a ex-presidente da Câmara que não olhou ao tempo de eleições e que se decidiu pavimentar o acesso à fábrica. Mesmo sob muitas críticas, o alcatrão foi colocado e “os alemães” foram convencidos a investir na fábrica do Tramagal.

De notar que a MFTE tem [em 2021] 600 empregados e uma produção anual de 9 mil unidades. Em 1991 faturava 4 milhões de euros, quando saiu da empresa, Jorge Rosa deixou a Mitsubishi Fuso Truck Europe a faturar mais de 200 milhões de euros.

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