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“O interior é visto como um lugar para fugir ao stress e não para se viver”

Tiago Ferreira – Perito Avaliador registado na CMVM, 43 anos, Sócio-Gerente – AVALTN, Consultores em Eng. e Avaliação, Lda

A primeira edição de O MIRANTE foi publicada a 16 de Novembro de 1987. Lembra-se se naquela altura já havia internet e telemóveis em Portugal?

Nessa altura tinha 11 anos, ainda nem sonhava com internet nem telemóveis. Mas jogava num Spectrum 48k e deliciava-me a ver o meu avô a programar em BASIC.

Já comprou ou pensou comprar um automóvel dos eléctricos?

Neste momento tenho uma scooter eléctrica, com muito estilo, onde me desloco em dias sem chuva em Torres Novas. Só não adquiri ainda um veículo eléctrico porque tenho necessidade de me deslocar pelo país e a autonomia condiciona-me, mas assim que seja possível conto adquirir um. A nossa qualidade de vida diária é altamente afectada pela poluição gerada pelos motores a combustão.

Há quem diga que o interior do país começa do outro lado da auto-estrada. Concorda?

Concordo. A sociedade mudou muito, as prioridades e exigências que as populações têm são hoje diferentes e fazem com que se movam para os centros urbanos, onde conseguem satisfazer essas novas necessidades. Hoje o interior é visto por alguns como um lugar para escapar ao stress do dia-a-dia e não como um lugar para se viver.

Sabe em que data exacta começou a trabalhar?

Comecei a trabalhar em 1999 como monitor no Exploratório do Centro de Ciência Viva de Coimbra. Tinha 23 anos. Depois disso se fosse mencionar os trabalhos que tive escrevia um livro. (Riso)

O que faz mais falta no Ribatejo?

Faz falta um tecido empresarial mais reforçado e inovador, muito bem interligado com os pólos de produção de conhecimento que são os nossos politécnicos. Uma marca “Ribatejo” que se afirme verdadeira no país e que se imponha no mercado internacional. Sou defensor da criação de sinergias entre os diversos concelhos para trabalharmos em economia de escala, sem andarmos a concorrer uns contra os outros.

E o que faz mais falta no concelho onde mora?

O meu sonho é ver Torres Novas como a capital da indústria logística 4.0, com enfoque nas ZI da Zibreira e Riachos; ver a zona onde está instalado o pavilhão da Nersant ser dinamizada como o futuro parque de exposições de Torres Novas, com um projecto de reconversão urbanística, que permita criar também um parque da cidade onde se possam desenvolver actividade lúdicas em integração com o Rio Almonda. Como dizia o poeta, o sonho comanda a vida.

Touradas são cultura?

As touradas fazem parte da cultura ribatejana. Atacar as touradas é atacar a identidade de um povo, de uma região. É preciso proteger os animais, erradicar os maus tratos, mas falta fazer tanto pela humanidade e esse é o meu principal foco.

O que é que não lhe perguntamos que gostaria de responder ?

Qual o papel da família na minha vida? A família é o pilar da minha vida. É na família que tudo ganha um verdadeiro significado!.

Fonte: O Mirante

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