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Plataformas 100% elétricas? BMW diz “não obrigado”

A marca alemã, pioneira no desenvolvimento de plataformas 100% elétricas através da família de modelos i, não vai desenvolver plataformas 100% elétricas no futuro.

Plataformas 100% elétricas? Não obrigado. Esta é a posição da nova direção da BMW, liderada por Oliver Zipse, o seu novo CEO — cujo mandato teve início em agosto de 2019. Uma posição que, de resto, era a mesma que defendia o seu antecessor, Harald Krueger, e que segue um caminho oposto ao dos dois eternos rivais alemães: Audi e Mercedes-Benz.

Para a nova equipa que chefia os destinos da marca de Munique — e também para a antiga — os motivos são claros: “Na nossa opinião, as previsões do mercado são demasiado incertas para justificar o investimento em plataformas que não são flexíveis”, referiu Udo Haenle, executivo da BMW à publicação Automotive News Europe.

Além da incerteza do mercado, os executivos da marca apontam outro motivo: custos. “Uma fábrica nova custaria mil milhões de euros, já o aumento das instalações das fábricas já existentes para responder às necessidades dos 100% elétricos seria equivalente a algo em torno dos três dígitos de milhões de euros”, disse Haenle.

Harald Krueger, ex-CEO da BMW.
Harald Krueger. O ex-CEO da BMW.

Estas declarações são uma «profissão de fé» à estratégia atual da marca: uma arquitetura para carros de tração dianteira e outra para carros de tração traseira. Uma distinção que nos automóveis 100% elétricos não existe pela maior liberdade de colocação dos motores.

Dito isto, Oliver Zipse e a sua equipa acreditam que a melhor resposta ao «estado de arte» da indústria automóvel passa, nos próximo anos, pela aposta em plataformas integradas que permitam soluções 100% elétricas e eletrificadas (modelos semi-híbridos, híbridos e híbridos plug-in).

Udo Hänle, BMW
Udo Hänle. Um executivo com enorme palmarés na marca de Estugarda.

Audi e Mercedes-Benz seguem outra estratégia

Tanto a Audi como a Mercedes-Benz têm uma estratégia contrária à BMW. A Audi está a trabalhar na plataforma PPE para os modelos maiores — partilhada com a Porsche — e nos modelos mais compactos irá recorrer à plataforma MEB — partilhada com as restantes marcas do universo Volkswagen. Do lado da Mercedes-Benz, a aposta faz-se através da plataforma EVA2, que estará na base do EQS.

Recordamos que a BMW foi a primeira marca premium alemã a apostar em plataformas 100% elétricas. Do qual o BMW i3 era «porta-estandarte».

Para os responsáveis da BMW esta decisão não compromete a qualidade dos produtos que a marca poderá vir a oferecer no futuro. Resta saber se a posição da BMW é «à prova de futuro».

A União Europeia continua a fazer a «vida negra» aos motores de combustão. A nova presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen afirmou em dezembro que planeia propor metas de emissões ainda mais punitivas já para 2030. O temido número 95 é apenas o início.

Fonte: Razão Automóvel

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