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Preços do cobre e outros metais industriais afundam, sinalizando risco de recessão global

Subidas de preços continuam a centrar todas as atenções mas nos mercados financeiros onde são negociados metais industriais está a haver uma inversão, sinalizando os riscos de recessão global.

O “Doutor Cobre” não prenuncia coisas boas para a economia mundial. A evolução dos preços deste metal industrial é, frequentemente, visto como um dos melhores indicadores avançados sobre o desempenho da economia global – daí a gíria dos mercados financeiros se referir ao cobre como o “Doctor Copper“, capaz de prever momentos de viragem na economia de forma mais certeira do que qualquer doutorado em Economia. E, nos últimos meses, apesar de todas as atenções estarem viradas para os fenómenos de subidas de preços, as cotações do cobre e de outros metais industriais estão a descer rapidamente, sinalizando riscos de possível recessão global.

De acordo com o Financial Times, o índice S&P GSCI baixou mais de 9% desde meados de agosto, acumulando uma queda de 17% desde o início do ano apesar de ter subido mais de 25% nas primeiras semanas após a invasão da Ucrânia por parte da Rússia. Este é um índice que segue o desempenho de metais como o cobre, o níquel e o alumínio, materiais essenciais para a indústria global. O cobre, em especial, caiu quase 6% apenas na última semana.

“Tudo isto se deve à recessão e aos riscos de recessão”, comentou Clive Burstow, analista de mercados de matérias-primas na gestora Barings. “O medo é que estejamos numa crise energética que provoque uma recessão – a dúvida é saber quão profunda é que a recessão vai ser”, acrescenta.

A descida deste índice aprofundou-se depois das notícias, na tarde de sexta-feira, de que o fornecimento de gás natural russo através do gasoduto Nord Stream 1 não iria ser retomado, nem sequer parcialmente, como se acreditava anteriormente. Moscovo veio esta segunda-feira culpar os países do Ocidente, considerando a interrupção do Nord Stream 1 uma consequência das sanções e dando a entender que o fornecimento não será reiniciado a menos que as sanções sejam levantadas.

A subida dos preços da energia está a provocar aquilo que os economistas designam como “destruição da procura”, com empresas e famílias a reduzirem as compras devido à perda de rendimento disponível causado pela subida dos preços gerais na economia. Por outro lado, os preços do cobre e dos outros metais-base também estão a reagir aos vários indicadores económicos pouco animadores que têm surgido na China, um país que tem vindo a lançar novos confinamentos gerais em cidades populosas, no âmbito da política de “Covid-zero”.

Fonte: Observador

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