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VW bate recorde e desiste do plano ousado Trinity

A VW partilhou nos últimos dias com os fãs da marca uma boa notícia e outra menos boa. A primeira diz respeito ao recorde de produção de eléctricos, mas a segunda pode comprometer o futuro.

Zwickau, a principal fábrica de veículos eléctricos do Grupo Volkswagen, de onde saem a maioria dos VW, Audi e Cupra alimentados exclusivamente por bateria, celebrou novos recordes de produção, atingindo um ritmo semanal de 7100 veículos por semana, o que aponta para uma capacidade anual de 370 mil unidades. Isto aconteceu entre 7 e 11 de Novembro, pouco tempo depois de o grupo ter comemorado o ultrapassar da fasquia dos 500.000 veículos da gama ID.

Paralelamente, a VW saúda também o facto de ter produzido a 10.000ª unidade na fábrica de Dresden, desde o arranque da produção em 2021 na conhecida fábrica “transparente”, por ser quase toda em vidro. Nestas instalações de culto, os clientes são convidados a acompanhar a fabricação dos seus veículos e aí realizar a sua recepção. Dresden foi originalmente concebida para dar forma ao Phaeton, tendo posteriormente sido adaptada para fabricar o Golf e, mais recentemente, o ID.3, à razão de 35 unidades por dia, com base em chassis fabricados e pintados em Zwickau e daí enviados para a montagem final em Dresden. De recordar que o grupo alemão tem ainda uma segunda fábrica em Emden para automóveis eléctricos e uma terceira em Mladá Boleslav, de onde saem os modelos da Skoda.

Entre as notícias menos boas surge a vontade do CEO do grupo, Oliver Blume, de suspender o projecto Trinity. Segundo a publicação alemã Manager Magazine, o novo responsável – que até agora dirigia a Porsche – pretende reavaliar a necessidade do Trinity, que implicaria um investimento de 2,2 mil milhões de euros. E este não é o primeiro corte de Blume, que semanas antes retirou 1,9 mil milhões referentes ao projecto Argo, relacionado com a condução autónoma.

De recordar que o projecto Trinity foi apresentado pelo antigo CEO Herbert Diess, como sendo fundamental para o futuro do Grupo Volkswagen. Tudo porque a administração concluiu que a Tesla e os construtores chineses necessitavam de muito menos horas para produzir os seus veículos a bateria. E, como exemplo, apontou as 10 horas de que a Tesla necessita para fabricar um Model Y na Alemanha, bem longe das 30 horas que tarda à VW fabricar um eléctrico equivalente em Zwickau.

Independentemente do investimento ser avultado, estrategicamente não fará muito sentido continuar a apostar na plataforma MEB, depois da marca se ter apercebido que é demasiado cara e lenta de produzir. O projecto Trinity pressupunha agilizar a produção, em parte recorrendo às Gigapress, as prensas gigantescas que a Tesla estreou nos Model 3 e Y. Esta solução permite construir toda a parte frontal ou traseira do chassi com apenas uma peça (e um só movimento da prensa), em vez de cerca de 70 pequenas peças, que depois é necessário soldar entre si. E são já vários os construtores que anunciaram pretender aderir às Gigapress, equipamento que é produzido em Itália pela Idra.

Fonte: Observador

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